Palestra
Violência contra menores deve ser notificada imediatamente
Articulação do Pacto Pelotas pela Paz capacita profissionais da rede municipal ao atendimento correto das vítimas
O novo fluxo de atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência em Pelotas foi apresentado na quinta-feira (28) aos profissionais de assistência social. A ação integra os esforços do município para adotar as determinações da lei da Escuta Protegida, instituída em 2017, com o objetivo de proporcionar um acolhimento mais qualificado por parte dos órgãos municipais, judiciários e policiais competentes.
A articulação do novo formato de encaminhamento foi feita através do programa Infância Protegida, do Pacto Pelotas pela Paz. Importante também neste processo, o Ministério Público (MP), representado no evento de ontem, realizado no auditório da Secretaria de Assistência Social (SAS), pela promotora da Infância e da Juventude, Luciara Robe da Silveira, esteve presente.
“Precisamos lembrar que as consequências das nossas ações, nestes casos, podem ser tão ou mais danosas que o próprio ato de violência. O conhecimento sobre a atuação correta é fundamental para que estas crianças e adolescentes não sejam revitimizados. Quanto mais pessoas souberem como agir, mais rapidamente faremos com que a lei seja cumprida em Pelotas”, afirmou Luciara.
Encaminhamento
A promotora reforçou que os agentes da rede municipal - presentes em centros de referência social, serviços de convivência e abrigos - têm o dever legal de notificar os episódios de violência que chegam ao conhecimento deles, inclusive as suspeitas. Ela destacou o formulário elaborado no ano passado e distribuído às unidades de saúde, educação e assistência.
A ficha foi idealizada para facilitar e agilizar o processo de denúncia, já que pode ser preenchido somente uma vez e encaminhado às instituições necessárias. Nela, constam informações relevantes aos órgãos de proteção, como características da agressão, dados da vítima e se o relato partiu dela mesma ou de alguém próximo. “A identificação do autor da notificação é opcional. Indispensável é o encaminhamento desta ficha a três órgãos: à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, ao MP e ao Conselho Tutelar”, explicou a promotora.
As atuações específicas de cada instituição foram detalhadas por Luciara, que salientou a investigação do caso sob responsabilidade da Delegacia; a garantia de que a vítima esteja sendo atendida na rede, por parte do Ministério Público; e a aplicação das medidas de proteção, feita pelo Conselho.
Importância da padronização
O secretário de Assistência Social, Luiz Eduardo Longaray, mencionou a importância dos profissionais serem multiplicadores do conhecimento em seus espaços de atuação, refletindo, dessa forma, em atendimentos mais eficientes à população. “Precisamos padronizar o serviço referente às crianças e adolescentes vítimas de violência. É importante que todos na rede saibam a quem recorrer, como e quando fazer isso”, argumentou Longaray.
A inter-relação entre os órgãos competentes e o diálogo frequente entre os profissionais envolvidos foi apontada pela promotora como uma das soluções para a fragmentação da rede. A capacitação voltada à assistência também já foi destinada a servidores da Saúde e da Educação.
Na quinta, ainda, o fluxo foi apresentado pela coordenadora do Infância Protegida, Carmem Viegas, a técnicos e coordenadores dos Serviços da Proteção Social Básica e Especial, de média e alta complexidade, bem como aos técnicos de referência de ONGs em Pelotas.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário